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Posts Tagged ‘Bebida’

Fim do mistério

26 septembre 2010 2 commentaires

Desde a minha chegada ao Chile andava intrigada com uma iguaria chamada mote com huesillos, que em muitos lugares é ofertada como sobremesa e não raro recebe o epíteto de rico, que significa gostoso.

Ontem alguém me explicou que huesillos nada mais eram que uns pêssegos, e o tal mote com huesillos uns grãos com o pêssego seco. Tomei coragem, então e , no parque municipal, resolvi comer uma porção.

Na verdade é de comer e beber, e é servido gelado, ou assim se anuncia.

O tal do grão ainda não descobri o que é, mas lembra vagamente o milho.

And I give you Mote com huesillos:

Mote con huesillos (chico)

PS: o mote do Mote com huesillos é trigo!!!! Teria encontrado a informação em qualquer guia se tivesse me dado ao trabalho de ler algo.

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Fatos sobre o Chile

25 septembre 2010 Laisser un commentaire

Um dia ouvi na France Inter (rádio francesa), o escritor Luis Sepúlveda dizer que o café chileno era a coisa menos parecida com café que há. Na verdade, o que se bebe usualmente no Chile, de norte a sul, é o liofilizado (o velho nescafé) muito diluído. É interessante ver os caras no meio da rua com uns garrafões como os que vendem mate no Rio, só que cheio de água quente. Eles despejam o pó em um copo de isopor de uns 200 ml e enchem até a borda. Tomei um desses em Tongoy… péssima experiência, que só vale para fins antropológicos e não deve ser repetida. No mais, na cidade grande sempre dá para tomar um espresso. Para os amantes do café com leite,  é importante nunca pedir um café con leche, é leite com nescafé… a pedida é um cortado.

E quem gosta de acompanhar um café com um croissant deve saber que a flor da pastelaria vienense, que atende pelo nome de media luna , é sempre doce em terras chilenas (ou assim me disseram).

Em muitos cafés e bares vê-se entre as refeições uma que se chama once. Logo associei ao hábito inglês de um chá das onze da manhã… Na verdade, trata-se do chá das 5.  E parece que as « pessoas de bem » nunca usam a expressão popular tomar once. É, no Chile também se distingue a classe social pelo vocabulário.

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Flashback

18 septembre 2010 Laisser un commentaire

Antes de continuar com o relato de Uyuni a San Pedro, aproveito a conexão honesta para colocar umas fotos das pessoas de Sucre, porque ontem recebi uma foto minha tomada por um dos amigos de Fabby.

na festa (foto de Lucio Nesta)

Fotos do fim de noite em Sucre, após a festa da Virgen. Happy Hour (duas bebidas pelo preço de uma depois das 10 da noite!) no Florin. Chufflay, vinho e mojito…

Fabby e Arantxa

Fabby e Arantxa

Juan Ramón

Lucio

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mais de Sucre

10 septembre 2010 Laisser un commentaire

É claro que só ontem me dei conta  que a festa da Virgem de Guadalupe é a festa tradicional/folclórica/religiosa da cidade… por isso a cidade está cheia e os hotéis completos. Hoje à tarde  e amanhã de manhã há os desfiles dos grupos tradicionais.

Corro o risco de, em breve , transformar isso aqui num relatório sem fim do que comi ou bebi… mas comida e bebida são partes muito importante de uma civilização, e umas das poucas que se consegue compartilhar em pouco tempo. É claro que meu dia, então, é marcado pela preocupação do que comer e onde. E apesar de todas as advertências não posso deixar de lado meu carinho especial pelo comedor do mercado … Então, é lá que comecei o dia com uma salada de frutas da qual não tenho provas. A  menos que ela produza resultados indesejados.

seção de sucos do mercado

Caminhei, vaguei, flanei.

limpeza pública

Quando resolvi que era hora de fazer uma segunda prova da maravilhosa salteña do Patio era tarde demais… eles só abrem das 8 ao meio-dia, e minha fome à uma da tarde era,  então.  intempestiva. Não me deixei abater e resolvi testar a concorrência. Logo ali ao lado, na Salteñeria Flores, que anuncia 60 anos de tradição… ufa! Estavam fechando e peguei as duas últimas, de carne, mas nessa hora nem dava para dar uma de difícil!

Para completar, resolvi encarar a tradicional papaya Salvietti, refrigerante de papaya (!!!!) que representa para Sucre  o  que guaraná Jesus é para o Maranhão.

salteña e papaya Salvietti

Partindo da boa-fé, tenho de acreditar que contém papaya, porque o rótulo é dos mais obscuros e não contém a mínima informação.

O que o povo da defesa do consumidor da Bolívia anda fazendo? Bom, parece que tem muito mais coisa a fazer nesse tema, mas  direito à informação é direito à informação.
Confesso que prefiro a do El Patio. Ou talvez eu deva tentar mais uma antes de decidir! E para registro, continuo achando que só dois refrigerantes valem a pena ser bebidos: Orangina e ginger ale. O resto, é o resto.

Fui então apreciar o início das apresentações dos grupos tradicionais…
O Senhorial Intocables é impagável, com umas letras jocosas e uns cobres magníficos!

Señorial Intocables

haja fôlego

ouf...

o melhor de todos era a Tuba

que soy intocable

Os sucrenses não pareciam muito interessados. Fora uma dúzia de turistas com câmeras e uma penca de militares,  o espaço parecia mais disputado por vendedores de alguma coisa que pelos « populares ». Melhor para mim, que multidão não é comigo. Duvido que na entrada da virgem, amanhã seja a mesma coisa. Tenho a impressão que todos estão se preparando para isso, porque as ruas ao redor da catedral estão um tanto vazias.

tranças populares... aguardando o espetáculo

banca de artigos religiosos

Queria por mais umas fotos, mas esse café está muito lento. Fica para outra vez.

Sucre

9 septembre 2010 4 commentaires

Até esta manhã , Sucre era a minha cidade boliviana preferida. Menos de três horas na cidade e ela já faz parte de uma categoria de lugares mágicos, o que me forçou a uma visita até o cyber mais próximo em tempo recorde para compartilhar…

Tudo bem, foram 18 horas na última fileira num ônibus vagabundo, apesar de « cama ». No assento da janela ao meu lado sentou uma moça simpática sem ser invasiva, que tinha a mesma intenção que eu: dormir durante todo o trajeto. Só não alcancei meu objetivo porque antes mesmo de deixarmos o perimetro urbano, sentou no corredor ao meu lado um tipo estranho e calado, que há muito necessitava de banho.

A viagem foi mais ou menos tranquila, embora o ônibus tenha apresentado uns problemas e parado algumas vezes. Tive a impressão que o motorista era adepto da « banguela  » e eu prefiro minha descida de serra sem emoção.

Numa das paradas, conversei com uma freira que trabalha no Beni (região que é o paraíso tropical boliviano) e que me informou que no sábado tem a festa da entrada da virgem de Guadalupe em Sucre. Comecei a pensar que fiz besteira em não reservar hotel.

Bom, desembarquei e fui até ao serviço de informações turísticas pegar um mapa. Decidi caminhar do terminal até a rua onde sabia ter uns alojamientos. Cheguei no Alojamiento La Plata (calle Ravelo), o mesmo onde ficamos em 2002, e o simpático Leo me informou que teria uma matrimonial para mim a partir das 15 h. Deixei a mochila e fui  direto comer meu tardio desayuno… as tão esperadas salteñas d’El Patio.

o patio da Salteñeria El Patio

Valeu a espera, porque o lugar é genial e as salteñas tão fantásticas quanto eu recordava.

sim, eu comi duas salteñas e um suco de lima

É preciso dizer ao noviço qué las salteñas se comen en la mañana, nunca pasado el mediodía.

Com o estômago cheio fui rever o o Museo Textil, que tem os tecidos mais lindos Jalq’a e Tarabuco.

Ao sair caminhado sem rumo pela rua, entrei na calle Avaroa… no outro lado da rua havia duas mulheres conversando em frente ao Instituto Goethe. Quando cruzo a rua, olho uma das mulheres e penso o quanto ela me lembra a Fabby, a boliviana que conheci no trem da morte em 2002. Chego mais perto e ela me olha e diz meu nome, entre pergunta e exclamaçao!!! Era ela, que passou 6 anos em Barcelona e voltou a Sucre em maio. Advogada, ela trabalha em uma universidade em um projeto sobre autonomia. Mostrou-me seu escritório na universidade e fomos tomar um sorvete… Mais tarde vamos a uma festa!

Fabby

Sucre promete.