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A minha San Pedro

22 septembre 2010 Laisser un commentaire

San Pedro para mim acabou sendo um lugar de descanso,  apesar do hostal ser uma grande bagunça.

A convivência com o roomate Aaron foi harmoniosa e silenciosa, com exceção de uma longa conversa na véspera de sua partida, quando descobri que ele estava dando a volta ao mundo sozinho e que tinha vontade de aprender espanhol. Como ele ia fazer o tour no Salar (no sentido inverso do meu), trocamos figurinhas, e ele me deu dicas de locais para ficar em Antofagasta, por onde já havia passado. Foi Aaron que me fez passar um dos momentos mais difíceis em San Pedro…

Apesar de já ter visto geysers no passeio de Uyuni, resolvi que queria ir ver o geyser del Tatio, depois que me disseram que era o maior. Como meus companheiros também queriam ir, combinamos de fazer o passeio juntos no domingo,  fomos buscar uma agência juntos, e conseguimos negociar um desconto.  Na agência tivemos mais uma prova que o Chile é muito diferente da Bolivia, em que pese a proximidade geográfica. Não falo só do papel no banheiro do Hostal e o wi-fi rápido, o povo é muito sério. And they mean business!!!Recebemos uma série de instruções de como nos preparar para a visita, além orientações sobre como nos vestir e o que levar, e ainda a recomendação expressa de não comermos carne ou ingerirmos bebida alcoólica na noite que antecedia o passeio.!!! Alguém por acaso tinha falado disso para a gente na Bolívia? claro que não. Falta de sorte,  era o sábado, e isso minava os planos de um copinho de vinho nacional…

Mais uma vez, a parte dura do passeio envolvia levantar às 3h30 da manhã, porque o ônibus deveria passar nos pegar às 4h00, pois o trajeto até a primeira parte do passeio levava quase 2 horas.

Ok, eu acordo normalmente às 5h00, mas qualquer coisa antes disso é muito ruim para mim. Para completar, no sábado saímos para jantar com Janine e David, e quando voltei o roomate estava dormindo… e tudo estava escuro. Com a lanterna, tentei me organizar e acabei perdendo o celular… o único aparelho que me dizia a hora. Passei momentos de agonia entre dormindo e acordada, até que olhei debaixo da cama e encontrei o celular. Ufa. O segundo aperto veio na hora de vestir as seis camadas de roupa que me protegeriam dos -10º ! No escuro e sem fazer barulho. Foi tão punk que abri mão de vestir o biquini para banhar nas piscinas térmicas!

A organização do passeio foi mega, hyper, super profissional. Mas nem isso eliminou os problemas causados por uma visita a um lugar turístico num domingo, e mais ainda uma véspera de feriado nacional. Outras duzentas pessoas tiveram a mesma ideia que a gente!

o amanhecer no Tatio

adoro as plantinhas amarelas

com o sol fica mais difícil ver o vapor

o gelo é lindo

o finzinho do vapor

Além do passeio ao parque dos geysers, o tour incluía a visita a um povoado da região, o que justificava ao retorno às 12h00.

Seguimos então ao pueblo Machuca cujo atrativo, além da Igrejinha, era o churrasquinho de lhama!

a igrejinha

Como não nos mantivemos na rua principal , e saímos perambulando pelas laterais, acho que acabamos descobrindo as origens do churrasquinho de lhama… o que eliminou eventual (embora remota) possibilidade de consumo.

a cena

close no esfolamento da lhama

Depois disso nem a empanada de queijo ia passar!

Voltamos cansados, mas aproveitando a vista da volta (sem direito a paradinha para fotos, apesar do cenário deslumbrante) já que na ida estava escuro e eu dormi.

Depois da overdose de organização fiquei com muito medo de contratar outro tour, então, contrariando as indicações dos meus experts em San Pedro, a nomeadamente Neco e Diegues, decidi não ir ao Valle de la Luna para ver o pôr-do-sol… vai ficar para a próxima visita.

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De Uyuni a San Pedro – dia 3- Depois da segunda noite

21 septembre 2010 Laisser un commentaire

É claro que o meu grupo foi o último a levantar. Eu acordei bem antes, mas meu telefone tinha descarregado  e, na disputa das duas tomadas durante as 3 horas de eletricidade nem era uma prioridade recarregar um telefone cuja única função é ser relógio, antes as baterias de câmeras. Então, não fazia ideia das horas, e fiquei contando com a batida de Obed na porta. Quanto ao resto do grupo, de alguma maneira, parece que conseguiram algo de beber, graças ao canivete suiço do David (um dos únicos saca-rolhas disponíveis) ou por outra mágica qualquer. Seja qual for a razão, estvam todos cansados e silenciosos, alguns pareciam estar dormindo em pé. Assim, fomos os últimos a deixar o alojamento, sob as advertências de Obed para  verificarmos bem nossos pertences, pois, uma vez deixando aquele lugar, poderia se dar por perdido o que fosse esquecido… e fazer a mochila no escuro é dureza. Até agora não sei como consegui colocar meu saco de dormir de volta dentro da sacola de compressão.
Dentro do carro, silêncio total, nem música nem conversa nessa alvorada. No outro carro, atomosfera mais tensa por causa do estado de Julien.

Chegamos aos geysers com os primeiros raios de sol e aos poucos o grupo foi recuperando a alegria.

Sol de Mañana

Como sempre, seguimos correndo para o local onde deveríamos tomar café da manhã e onde nos esperavam as piscinas térmicas. O trajeto entre os geysers e as termas ao amanhecer me deu uma das paisagens mais lindas da viagem… uma luz sublime. Essas imagens nem vou poder compartilhar, pois não havia parada prevista e o assento do fundo não me permitia baixar o vidro sequer para uma foto em movimento! Isso eu vou levando na memória.

Chegando às termas, confesso que me faltou coragem para tirar as seis camadas de roupa…camiseta, t-shirt manga longa, pulover gola rolê, polar, cardigã de lã e jaqueta corta vento, para passar entre 10 e 15 minutos dentro d’água. Acabei mergulhando até os joelhos, o que serviu para reanimar meus pés, que nem as meias de lã conseguiam aquecer e que já estavam azuis.

Piscinas térmicas

Molly e Vanessa fizeram como eu, só molharam as pernas!

Depois do café, corrida até o próximo ponto, e eu já me sentindo quase como em um rally ou em uma gincana.

Desierto Salvador Dalí

Chegamos muito cedo à Laguna Verde. Parece que chega ao ápice da beleza e da cor por volta das 10h30, 11h00.

Laguna Verde

Mas isso não foi o pior. Fiquei lá pouco mais de 5 minutos porque ali precisamos reorganizar os carros. Tirar a minha mochila do teto de um e colocar no outro e não me perguntem porque isso não foi feito logo no alojamento, em vez de perder meu tempo ali. Por fim, deixei meu grupo, trocando de lugar com Vanessa, porque apenas um carro deveria seguir até o posto de fronteira boliviano onde deveríamos pegar o traslado que nos levaria até San Pedro de Atacama. Éramos 5 a seguir até o Chile, Noémie e um muito doente Julien, David e Janine e eu. Os demais retornavam a Uyuni, para seguir diversos caminhos.
Nem tive tempo de me despedir de todos. Deixei meu contato com Vanessa e dei um rápido adiós a Molly e Pauline, que estavam mais perto, os demais estavam caminhando ao redor da laguna, muito distantes.