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Delinquente

17 septembre 2010 Laisser un commentaire

Quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Depois de trocar uns reaizinhos por Bolivianos, fui até o escritório da Andes Salt Tours ainda sem acreditar de verdade que todo o meu animus pechinchatorius tinha resultado em algo e que na verdade eu não tinha entrado na maior roubada.

Com surpresa encontrei a figura sorridente de Carlos,  o agente, que me orientou a procurar o ofício das migrações para carimbar meu passaporte com a saída da Bolívia.

Lá o primeiro momento ruim …A ROUBADA. O oficial, ao perceber que eu não tinha carimbo de entrada declarou solenemente que eu tinha cometido o sério delito de evasão de fronteira  (isso mesmo, não de invasão) e que sofreria a aplicação de uma multa-dia. Mais pela forma, que com a alguma ilusão de transformar a situação,  ainda tentei argumentar, mas o homem da ordem insistiu que cabia a mim, uma vez que na fronteira não tinha sido controlada, procurar o ofício de migrações em Santa Cruz para regularizar a minha situação. Sentindo-me a  própria estrangeira em situação irregular, tive de reconhecer minha condição de culpada e desembolsar uns bolivianos. Pedi um recibo, para comprovar a minha culpabilidade e nunca mais esquecer de pedir para carimbarem o meu passaporte.

Obs> O Brasil é signatário de acordos de residência mercosul, Bolívia e Chile. Os brasileiros podem requerer residência em qualquer dos estados signatários do Acordo, independentemente de estarem em situação migratória regular oou irregular. Aqueles em situação irregular ficam isentos de multas ou outras sanções administrativas relativas à sua situação migratória… e aí José?

 

a prova...

É claro que rapidamente foram providenciados dois carimbos no meu passaporte… um de entrada no dia 6 de setembro e outro de saída no dia 17 de setembro. Ambos no dia 15 de setembro! Definitivamente tenho de reconhecer que papel suporta muita coisa, inclusive ficções desse tipo. Eu queria a cena surreal de ser controlada no dia seguinte…ainda em território Bolliviano.

a realidade e a ficção...

PS: nem só a Neco e a Pacha vivem aventuras assim!

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« La esperanza es novia de la utopia y amante de la libertad » – grafitti nas ruas de Potosí

14 septembre 2010 Laisser un commentaire

Apesar dos resquícios do fausto colonial,  materializado em suas inúmeras igrejas e outras edificaçoes, algumas barrocas, Potosí é uma cidade mais proletária que Sucre. Parece que seu povo sempre se ressentiu  da predominância de Chuquisaca. Dizem haver ainda uma certa hostilidade dirigida aos sucrenses, talvez em  razão de uma prática de se trabalhar em Potosí e ter casa em Sucre, para aquelas  pessoas que não suportam a altitude.

Em Sucre predomina o branco, enquanto em Potosí chamam a atenção o ocre e uns azuis e verdes já passados, como testemunhas de outros tempos.

azuis de Potosí ...fachada Calle Chuquisaca

Evitei o quanto pude as igrejas, deixei o olhar passear por fachadas, portas e janelas. Achei a cidade  mudada.

porta Calle Hoyos

venda de velas, mercado de Potosí

Deixei Potosí com a visão de uma tropa de choque ia dispersar uma manifestação/bloqueio na praça 10 de novembro.

O trajeto Potosí – Uyuni com certeza foi o mais difícil até agora. A estrada está sendo pavimentada e alguns trechos estão muito ruins. Pra completar, a minha bunda brasileira simplesmente não cabia no assento…

O percurso só foi salvo porque em um dado momento troquei de lugar para juntar uma família – pai, mãe, 4 filhos e um cachorro (oh yeahhh!)  e acabei sentando ao lado de um senhorzinho, um campesino franzino e muito simpático, que puxou conversa. Conversamos dos governos neoliberais na américa latina, do governo Lula, do Governo Evo, da direita no Chile, de plurinacionalismo boliviano, de identidade, racismo, indigenismo e autonomia… , é claro, tendo declarado a minha nacionalidade, de futebol e de festas populares. o Senhor Danilo Cruz salvou a minha viagem.

Chaguei em Uyuni. Junto com casal de jovens franceses que estava no ônibus, buscamos uma agência para nos levar ao Salar num tour de 3 dias. Ufa, encontramos. Colocamos as mochilas em hotelzinho básico e eu estou pronta para uma sopa e cama.

PS: Quando o casal de franceses (Guillaume e Pauline) e  eu chegamos na agência, havia uma boliviana que estava contratando o passeio de 3 dias/duas noites. Na hora de dizer o preço o agente disse que lhe faria um desconto, e o pacote ficaria por 550 Bol. Na hora que foi nos atender, apresentou para os meus novos amiguinhos de viagem um valor de 700 Bol, por causa do guia falando em inglês. Eu na hora retruquei, no meu castellano da Praia de Iracema que não precisava do guia falando inglês e que em nome da solidariedade latinoamericana demandava um desconto igual ao oferecido à eleitora do Evo. Obtive o desconto, não sem muita conjugação errada. Mas, como expliquei para os viajantes, o meu espanhol era quase  melhor que o inglês do cara, e se era para ter um guia assim, era melhor o espanhol… O continuação dessa história provará o contrário. eles, resignados com sua condição de turistas gringos que têm quase o dever de  serem um pouco explorados, e assim , de alguma forma, pagar a dívida da colonização, ficaram satisfeitos com o desconto que lhes foi oferecido.

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